segunda-feira, 13 de abril de 2009

Silêncio e Som



Dois inimigos se confrontam sob uma fina camada de gelo. Os dois empunham uma espada na mão para defender e atacar. Os sentimentos afloram em cada tilintar das espadas que se tocam e o som ecoa pelo silêncio das montanhas repletas de neve. Um frio descomunal encerra o ar gélido e quase irrespirável. Olho no olho. Provocações irracionais. O silêncio doloroso e o sonido dos berros da espada afastam qualquer chance remota de reconciliação.
E não há como fugir das dores dos toques brutais dos socos e solavancos entre as espadas que se degladiam em nome da resolução de problemas.
Em busca do poder e da dominação o desespero começa a corroer o excesso de resitência de ambas as partes que se degladiam incansavelmente.
Não é o que se é por dentro e sim o que se faz que define um ser humano. Talvez a mais perigosa a falta de piedade.
O Ser humano por si só destroi tudo a sua frente.
Assim acontece com as relações. Sobre a fina camada de gelo dos sentimentos há uma luta incansável por um poder ilusório. E ambas as partes se entregam aos pensamentos desintegradores do respeito próprio. Então enveredam por uma batalha da qual não conseguem se desvencilhar. E se aprofundam cada vez mais, enraizando o ódio e a raiva.
Já não se enxerga mais a pessoa que vc escolheu para passar uma vida inteira e envelhecer junto. Se enxerga um monte de entulhos sobre duas pernas que exala um cheiro insuportável. Encerra-se tudo em uma tumba cavada a quatro mãos.
E ali na lápide está escrito : Aqui jaz os felizes para sempre pois a morte da consciência os separou. o amor sofreu um ataque cardíaco irreversível. Não houve salvação. O perdão não serviu de antídoto. Nada mais se pode fazer. Foi a óbito.

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