segunda-feira, 13 de abril de 2009

O inimigo revelado


A violência é algo que ninguém quer viver, mas que de alguma forma está presente em todos os lares. Sejam elas físicas ou simplesmente verbais ( essa parecem ser piores que as físicas), porque a palavra mata mas que um tiro de revolver. A pessoa que ouve uma sentança muitas vezes morre e continua caminhando sobre a terra, como um zumbi sem noção de espaço, tempo e lugar. A vida se torna sem sentindo e tudo parece estar sem graça. A força vital desta pessoa foi sugada por um única palavra que foi lançada como uma maldição sem causa, que toma força devido ao despreparo e até a vulnerabilidade da outra pessoa que recebeu o desparo de uma língua maldita, que tem um coração cheio de maus presságios e um veneno que ao ser lançado vai sugando a vida do outro aos poucos.
Na hora da ira, da raiva, do desespero perdemos o foco do que é pra ser feito. negligenciamos nossa própria razão em prol da explosão exarcebada e descontrolado que desperta os instintos mais animalescos do homem.
Geralmente a violência física ou verbal é difícil de se esquecer mesmo que haja reconciliação. Por que a violência cometida é a revelação da verdadeira face do outro, que estava escondido dentro da pessoa amada, normalmente o pais dos seus filhos e companheiro.
" Essa revelação é definitiva porque muda a essência do hospedeiro. E, por mais que depois se esforce para ocultar novamente sua natureza, nenhuma mascara mais pode esconder aquilo que, entrevisto apenas uma vez, se impõe por sua força sobre todo o resto."
A mulher não esquece o acontecido mas continua vivendo com seu parceiro. Como explicar o que acontece. Será medo? Será a falta de renda própria que não permite que você saia de dentro da casa do homem que a maltrata e a destroi dia a dia. Que rouba sua energia vital, fazendo você definhar.
"Continuar vivendo com ele seria plausível se, tendo descoberto em seu homem a capacidade - e o desejo - de matar, você a aceitasse como parte dele, elemento de quase fascínio num todo que continuava a agradar. VocÊ poderia cntinuar a amá-lo, não apesar do assassino que nele mora mas até por causa do duplo, agora desmascarado."
quando o agente se transforma em um envólucro transparente sem valor e você só consegue ver o seu agressor, é impossível manter uma relação saudável. E continuar a viver ao lado de um homem que se tornou um monstro e que talvez ao dormir você sonhe com o dia da agressão e acorde a noite com o coração disparado e suores por todo o corpo. Olha do lado e vê aquele homem dormindo e você se desesperando em pensar que não sabe como sair disso tudo. Que existe algo que te prende a essa vida de tortura diária, não só a tortura física como também a psicológica.
Tavez na realidade você já tenha sido espancado ou violentado pela vida antes de ter um relacionamento. Será que não foi a vida quem a violentou assim tão intensamente que você possa ter ficado com medo de enfrentar a vida se sentindo para sempre frágil como cristal e teve medo de não conseguir sobreviver?
Se a vida frente a seu agressor parece mais assustadora, você se sentisse mais segura porque ele é o mantenedor da casa e paga as suas contas, apresentando uma segurança desfarçada que a protege de certa forma da " selva de pedra" da convivência com as pessoas da porta pra fora das situações que você deveria enfrentar por si só e que não enfrenta por causa da informação que está gravada na sua "placa mãe" ou seja, você só teve informações de dor a sua vida inteira, assim desta forma, não é agradável, mas é cômodo permanecer vítima desta violência diária que afeta a sua filha e a de seus filhos.
As vezes colocamos o marido no lugar da figura do pai (= mantenedor da família). Isso significa que como no pátrio poder há uma posse de certa forma sobre a vida do filho, assim você dá o direito do seu marido de ter poder sobre sua vida.
Que muitas vezes você se sente culpada por ele ter tido este tipo de atitude, porque ele por si só jamais faria isso. Jamais sozinho teria a índole de um homem mau caráter. Não, na verdade ele não é assim, foi você que provocou isso nele. Quando na realidade devemos pensar que: as pessoas tem vontade própria, instintos próprios que são instigados desde sempre por vários elementos de formação e que só depende do indivíduo permanecer ou não nesta linha.

Porque há sempre dois caminhos e é a gente que escolhe por onde quer andar. Portanto, sim, ele poderia ter escolhido não te espancar. Ele poderia ter aberto a porta da casa e ter saído para fazer uma caminhada ou até procurado alguma coisa para socar menos você.
"Não se deteste. O seu problema não é a falta de coragem. Éde crescimento. Para poder deixar seu pai-marido, é necessário crescer,precisa antes deixar a criança que teima em comandar suas ações. Você pode fazer examinando o passado, procurando o momento ou os momentos em que a vida a assustou a ponto de congelar seu lado adulto que surgia. Este lado está em você. É só recuperá-lo".
É sua responsabilidade e só sua promover a mudança que é necessária para que a paz possa reinar em sua vida. Não permita mais ser violentada seja por quem for. Levante a bandeira em seu favor e busque a sua felicidade. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje.
( texto baseado na coluna de marina colasanti, revista nova - Qual é o seu problema? - de 1986)

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