sábado, 8 de agosto de 2009

Tem que ter língua e coragem


Eu não costumo ler estas revistas, porque elas acabam dando no mesmo fim, moda e inutilidade é tudo a mesma coisa.

Mas não pude deixar de passar os olhos neste texto escrito por " Fabio Hernandez - investiga o mistério sobre relacionamentos" o dialogo entre ele e ela há uma passagem que muito me chamou atenção:


..." Ele: Umas das minhas maiores desilusões sexuais foi saber quando era adolescente que quase todas as mulheres não gozam no sexo. Pensava que elas ficassem loucas de tesão ao serem penetradas. Nossa, falei penetradas. Devo ter pirado"...


Na realidade não somos estimuladas como os meninos a se tocarem desde criancinha, ou seja,a gente é proibida de tocar no clitóris e principalmente a gente não sabe que tem dois buracos. A gente descobre isso lá pela adolescencia, pelo menos era assim antes, e quando ocorre a primeira penetração. Daí a gente fica sabendo que além do buraco por onde sai o xixi, existe um buraco por onde o pênis entra. Se houvesse realmente essa liberdade de conversar com as mães seria interessante, mas a maioria não teve uma experiência diferente e não fala sobre o assunto e não incentiva a pratica de masturbação, nem mesmo o uso de brinquedinhos e blá, blá blá, como os pais fazem com os filhos.

Se nós fossemos estimuladas a achar esse buraco enquanto temos a curiosidade de nos conhecer, de explorar nosso sexo, que podemos usar os dedos, e que os mesmos não engravidam ninguém, quem sabe a penetração não fosse um tabu e tantas mulheres com certeza sentiriam menos dor ou mesmo nem sentiriam dor somente um pequeno desconforto, mas o prazer inenarrável de ser deliciosamente invadida pelo penis que nos dá muito prazer. Mas não , a mulher não pode ver a penetração como algo normal e que faz parte da relação sexual.

A gente já está careca de saber que o que acontece é justamente o contrário. Ainda há tempo de modificar isso. Talvez os projetos de educação sexual devessem rever seus conceitos. É óbvio que o sexo seguro é importante, o uso da camisinha é indiscutível. Será que até hoje esse assunto é proibido a ponto de nos fazer parecer frígidas quando somos inibidas e ensinadas a não sermos sexualmente ativas, mesmo com toda a liberação sexual que existe nesse momento.

Seria interessante estimular as meninas a se explorarem para um vida sexual mais saudável, amenizaria tanta dificuldade com o orgasmo vaginal. Afinal a vagina existe, faz parte da gente e nem por um instante pode ser colocada de lado como tem sido colocada a tanto tempo, apenas um depósito de espermas por onde o homem vai a desforra para se aliviar, afinal ele tem necessidades.

Mas os pais ficariam de cabelos arrepiados ao saberem que suas filhas estão sendo estimuladas a se descobrirem como mulheres. Haveria toda a hipocrisia da moral desde antes de a terra existir como planeta e o ser humano definido como homem e mulher.

Assim continuamos no mais perfeito contragosto e não menos desfavorável papel de de virgens imaculadas, puras e castas completamente envolvidas pelo véu que mesmo que transparente ainda camufla o que somos realmente, seres sexuais, tão propícias ao orgasmo quanto os homens.

Fonte:

Revista criativa - junho de 2009 - (homem sincero) - Fábio henandez - pagina 162